Vício Consensual
Cosmos entre a distância dessa percepção , o sol que se cai , sem se despir , para dar lugar a um vazio, sem se despedir , resguardo cada luz de sorriso , sombra , contorno, rabisco e escopo de planos ao ar , a pairar sobre os montes , a focar como um monge , entre as linhas do horizonte e as linhas das veias , tudo interligado , um curto , faísca, uma frequência que se rompe , uma metade para cada lado...
E qual a profundeza destes olhos ?
Perfura , acolhe, se fexa , escolhe, ignora... e ao redor ela só retoca sua maquiagem , num piscar de cílios tudo se torna uma imagem borrada ...
Para o coração arritmia,
para a mente aneurisma ,
Ah... nem imploro , nem fujo , firme, irredutível, irreparável tolo, permaneço em meu lugar , mas o que posso falar do que desconheço ? ...
A gente acaba pagando um preço meramente ilusório , um oceano o desejo , o silêncio das montanhas o desespero , cortejo o vento que faz fluir o movimento das ondas , trêmula embarcação em maré alta, sem ceder a escalada , sempre apresente o melhor de si , pois há de haver tempo para tudo.