DEVO ADMITIR


 
        Devo admitir que tenho sido amada, realmente, no decorrer da minha já longa vida, pelos seres que fazem parte dela, em mim, não e quase nunca e quase ninguém na realidade imediata dos dias. Cada um a seu modo, todos, de certo modo, são saudade em mim... Saudade... Amada, sim, mas em gostares que não cabem em manual qualquer e isso, mesmo seres um pouco diversos do comum como eu, costumam levar uma vida para compreender. Eu agradeço pelo afeto desses seres, alguns que agiram às avessas do usual para me proteger, assim como eu tenho protegido presenças, vidas e segredos deles, seres diante dos quais me curvo, aqui e agora. Curvo-me agora, que isso urge. Há quem não ficará sabendo desse meu curvar, aqui e agora. Não importa. O importante é esse meu gesto de fundo agradecimento, no qual eu digo que COMPREENDO. Eu sou um ser humano essencialmente SÓ, parece ser esse o meu DESTINO, talvez, ao menos nesta vida. Talvez. Se houver outras... Aproveito para também pedir PERDÃO a que eu tenha feito sofrer e a quem, à minha revelia, certamente sem razões efetivamente objetivas, eu faça sofrer neste agora, neste tempo difícil como quase nenhuns, como já disse, nesta minha já longa vida.
Desculpem, amigos, por esta estranha escrita minha. Eu sou assim mesmo. ISSO, SE É UM TESTAMENTO, É SÓ UM TESTAMENTO AFETIVO. NINGUÉM SE ASSUSTE, POR FAVOR.