O assassino do carro branco

Você está deitado, acabou de acordar, ainda embaixo das cobertas, quentinho, lembrando do sonho, sua esposa do lado, seus dois gatos na cama, pensando se vão acordar também. Você levanta, anda até a cozinha, come uma maçã, vai no banheiro, volta pra cozinha, faz um café, só pra você mesmo, torra uns pães e coloca catupiry. Pega a toalha e vai tomar um banho, não leva mais do que 5 minutos, se seca, põe uma roupa, arruma a mochila, abre a porta, fecha a porta, chama o elevador, entra no elevador, sozinho. Vai até o carro, entra no carro, olha o relógio, dá tempo. O dia está bonito, coloca uma música no smartphone, pois o som do carro não funciona, pediu pro seu irmão comprar no Paraguai e ele comprou um da mesma fábrica da Pioneer, só que, era falsificado, não funciona mais. Sua rua está vazia, seu bairro está vazio, mas aos poucos a estrada até o trabalho vão ficando mais cheia de gente e carros. A maioria ainda dirigindo com sono, devagar, mas de repente alguém atrás de você, perto demais, um carro branco, começou a tensão, a vida real, a competição. Um estranho num carro branco, enchendo o saco. Um estranho, e já criou uma relação de guerra. Você já o odeia, xinga, passe logo, vai fdp. E o fdp deve ter um nome, uma família, quem sabe poderia ser seu amigo, jogar bola juntos, tomar uma cerveja, assistir o mesmo seriado, gostar de mesma banda, estudamos no mesmo colégio? Mas não, ele conseguiu, por causa de um minuto a menos ou a mais, criar uma inimizade. E o cara do ônibus? Quer matar alguém? O que acontece? Pessoas que entram no carro e viram assassinos?

Luciano Mantikir Cordoni
Enviado por Luciano Mantikir Cordoni em 28/09/2015
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