SUSPEITO ...
Suspeito que a vida é um lençol de nada
Uma saga de dizeres pré concebidos
Vividos à imagem de um faz de conta
De um que apronta e outro finge que brada !...
Suspeito dos olhares lânguidos e aquecidos
Dos tecidos faciais, das mãos que tremem
Dos corpos esbeltos e sensuais … suspeito
De quilómetros de viagem repartidos.
Suspeito de paixões em comboios de palavras
De canhões que disparam por todos os flancos,
De promessas sazonais, de tombos brancos
Das lágrimas que escorrem e não travas !...
Suspeito dos fins, dos meios, dos princípios
Das ilusões que ingenuamente são criadas
Dos nadas que esvaziam conteúdos sem nexo
Do sexo, das amarras, do adeus … suspeito !...