Jogar conversa fora

Não me julgo melhor que ninguém porque cada um é o que é. Não jogo conversa fora, vou direto ao ponto, deixo os circunlóquios e as avenidas para os mestres, os enfeitadores de diálogos, os donos da dialética afiada. Jogar conversa fora não vale nada porque não tenho o que jogar fora, preencher espaços e reticencias, emendar o banal pela necessidade de se fazer presente não infla meu ego, nesse ponto a resiliência serve como base para firmar aparências, construir mascaras e desatar falsidades. Reciclar palavras para encaixar em um dialogo qualquer talvez me excite mais. Talvez numa mesa de bar habitat natural dos seres que jogam conversa fora eu consiga sentar um dia e emborcar meu copo de cerveja tranquilamente sem precisar levantar bêbado de vazio.