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ESTICO OS BRAÇOS...
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​... Me cumprimenta a taça rubra de mais um vinho. Sigo, nutrindo a minha alma a fazer manobra pela ponte da garganta!
​Meu sangue não respinga mais em minhas veias - estreitas vielas -, desliza suavemente o vinho.
Talvez seja cedo, mas não vejo hoje os ponteiros bordando o relógio​. Rumando, aos poros, vinho! Vinho, vinho, vinho...
Em tal porto - cadeira -​, hoje me fiz curva. Não poderia o cotidiano, tripulação de passos pelas ruas. Ah, não! Estou em meu instante à frente dos meus demônios. Só. Estendendo-me vinho.
Cabelos soltos, enfeitados pelo emaranhado dourado de fios. Ornam o meu desânimo. 
Ouço uma música atrás da outra... sinto um sopro frio em minha nuca. Teria sido Baco? - Deixe que te envenene mais este vinho! -, ele diria... Secou a taça, posso ouvir a respiração cansada de Baco... - Seria demais pedir para você encher mais uma taça? - questionaria-me. Em honra a Baco, que seja! Saúdo enquanto sinto minha garganta sendo sufocada pelas folhas da videira, mãos proclamadas em guirlandas, sacerdotisas manejam as minhas veias. A proximidade do torpor proclama: - Tu fostes plural.


 
Pensamento regado a vinho ao som de:


 

oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 19/10/2015
Código do texto: T5420049
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