A PARTILHA

Um homem que havia se tornado rico porque recebera uma doação fabulosa, costumava conversar em praça pública com os pobres. Certo dia, juntou seus amigos carentes em uma sala de reuniões de seu palácio e disse-lhes: “Eis aqui amigos o novo lugar que mandei preparar para nossas conversas. Custou-me trinta mil moedas de ouro”.

Ele estava feliz, orgulhoso de poder proporcionar aquele banquete. Entretanto, toda a beleza de seu gesto foi por água abaixo quando ele disse o custo da nova sala.

Ora, tratava-se de gente carente, excluídos socialmente, de vida difícil, muitos passavam necessidades sérias e até fome. Então, aquele gasto não lhes agradou, ao contrário, pareceu-lhes soberba e esbanjamento. Chegaram a pensar que diante da fome que passavam, o rico estava a zombar deles. Daí, no mês seguinte, o homem rico se viu sozinho à mesa do banquete. Os miseráveis, com mentes sem a plenitude do amor, por nada dispor da vida, não compreenderam a boa vontade do anfitrião e não mais foram ao seu encontro. Preferiram voltar à praça, dispensando o luxo do salão de festas para eles construído, mas que lhes incomodava.

De fato, por melhor que fosse a intenção do rico, os filhos desse mundo vivem cercados de espertezas dos homens maus e não enxergam a luz da bondade. Imaginaram que o homem desejava fazer amigos por meio de sua riqueza e, diante disso, o abandonaram.

Para piorar, o assunto correu o mundo. E, no meio do mundo, há pessoas que invejam o dinheiro dos outros. Assim, alguns ladrões ouviram falar da riqueza daquele homem e se juntaram para o roubar. Obrigaram-no a lhes dar tudo que possuía. Só que, ele nada mais tinha. As trinta mil moedas de ouro foram as últimas de que dispunha. Os maus não acreditaram e bateram nele até a morte.

Meditação:

Um homem, afortunado por doação, gastou tudo para dar alegria aos pobres. Porém, fê-lo de modo errado. Era preferível que consumisse o ouro de outra forma. Não importa o quanto acumulamos, recebemos ou administramos, devemos ser sempre o que somos; bons filhos de Deus.

Necessitamos, porém, nos atentar em partilhar não só de modo certo, mas, sobretudo, justo, sem revelar o quanto temos, gastamos ou gerenciamos para não ferir melindres nem atrair o mal. As cobranças do mundo são muitas e os efeitos de nossas palavras desafiadores.
MARCELO RUSSELL
Enviado por MARCELO RUSSELL em 06/11/2015
Reeditado em 08/10/2017
Código do texto: T5440004
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