Dona de Ninguém

Quero fazer as malas de meus versos
Dobrar as páginas de meus poemas
Engavetar cada sentimento e partir
Quero fugir de cada emoção sentida
De cada fração de amor perdida
Onde me derramei aqui
Quero deixar fluir minhas palavras
Deixar, eu de ser calada e dizer...
entre palavras sentidas
Que deixei de ser poetisa e te esqueci
Eu quero, quero tanto, mas não consigo
Nem mesmo dar um gemido...
quando penso em ti
Queria fazer minhas malas...
mas não vou
Vou assumir minha mania, onde escrevo
dia após dia, tudo que sinto e senti
Vou me despir das dores...
Quero inventar novos amores
Que me façam escrever mais e mais
Assim desfaço as malas e volto atrás
Pois o que mais me resta na vida...
é ser o que sou, resumo de mim
Rascunho de dor e alegria...fantasia
Poetisa perdida, dona de ninguém.