A moça que não entendeu nenhum mistério do universo

"A alegria deves expulsar

Expulses também o medo

Toda tristeza deve desaparecer

E a esperança nenhum conforto trazer."

Não havia nada bom ou ruim, conseguia pensar e transformar o que viesse a mente, porém, no fundo, apenas sentia vazio. Nada havia. Todas suas tentativas se tornavam frustradas e sempre algo saia errado. Seria tamanha ingenuidade em uma pessoa para que tanta mágoa espalhasse... Crescer e se formar sozinha num mundo próprio fazendo e lidando com tudo da maneira que bem entendia a fez esquecer que há outras pessoas com outros mundos lá fora. Agora que algumas dessas pessoas tentam fazer parte e criar uma colaboração entre os mundos, apenas vê desespero em todos os lados enquanto inutilmente tentam acalmá-la. Não entende como esses outros aprenderam a lidar com tal compartilhamento de mundos, existe alguma culpa no meio disso tudo? Queria muito acreditar que não e que, caso existisse, não seria sua. Mas que outra alternativa havia? Era seu mundo, sua vida, seus sentimentos, o que quer que fosse causado, seria derivado de suas próprias ações e decisões e por que? Para que? Ela era realmente aquela criancinha que senta no sofá e observa os adultos fazerem suas coisas de adulto e observa os móveis e objetos existindo a sua volta e observa como não pode observar mas apenas sentir o ar. O que se tornava mais intrigante era o fato de que ela não apenas não entendi tais coisas, como também não entendia o porque continuava pensando. Queria apenas silêncio.

Diana Lopes
Enviado por Diana Lopes em 24/12/2015
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