Esquecer alguém

Quem nunca quis voltar atrás no tempo e simplesmente desconhecer alguém que causou algum desgaste, algum dano? Quem nunca desejou apagar alguém de sua vida? Eu já. Mesmo que a ideia não tenha durado muito.

Pensando mais a respeito, me vieram outras questões: Seria realmente eficiente cortar alguém da minha vida? De onde vem essa vontade? Pra que servem as nossas memórias? Não posso esquecer que há danos reais e palpáveis cometidos por certas pessoas, capazes de mudar uma vida de forma significativa, por isso aceito que ter o desejo de extinguir alguém da nossa história de vida é algo comum, uma reação comum diante da dor causada. Porém, todos sabemos que não se pode voltar no tempo e refazer o que já foi feito. Sendo assim, a por que investir tempo e energia em algo assim?

Eu nunca tratei diretamente com seres do mal ou seres do bem, sempre foram humanos, alguns com inclinações e atitudes longe de ser coisa boa, mas apenas humanos com suas combinações e expressões inexatas, com lutas aceitas ou desprezadas por mim... Com lutas em si, onde a parte indesejada sempre ganha, simplesmente, porque o tal "portador da guerra" se colocava numa posição incapaz de enxergá-las. Não podemos esquecer que somos humanos também.

Creio que há uma necessidade em obter vilões pra nossa história, nutrir repulsividade contra eles, assim, podemos lamentar e ainda nos tornar mocinhos e mocinhas... Mas a verdade é: herói é aquele que encontra a solução para o problema instalado, não importa quem causou, retira do próprio dano a matéria-prima pra se fazer vencedor na presente batalha, se presente for, ou em outra que possa vir. Toda pessoa que passa em nossa vida tem algo a deixar conosco, até mesmo aquela que conhecemos na fila do banco, que dirá as que dividiram algum sorriso com a gente. Aceite que o que está feito, está feito e algumas coisas precisam ter fim — mesmo sem vilões. E acima de tudo: há uma razão para cada coisa em nossa vida, você pode não conhecer ou não reconhecer, mas Deus sabe de todas elas!

Faça dos velhos casos, novas experiências: reciclando-os!