Esqueci tudo.

Me deparo a pensar em como é a vida, em que circunstâncias vivemos e de que forma tudo isso aconteceu. Não lembro de quase nada da minha infância. Da adolescência alguns flahs. Lembro do meu trabalho, da época em que estudei, de alguns namorados e amigos.

Pensando com mais profundidade o que sei realmente? Tudo que sei é derivado de escritas e imagens. Livros que li, fotos que vi, imagens de
filmes, de televisão, coisas que me contaram sobre como eu era quando pequena e mais nada.

Em verdade nunca na vida vi a fórmula da água, por exemplo, há duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigenio. Mas o que realmente significa tudo isso? Nunca vi um um átomo, não sei como a eletricidade
passa por um fio e chega até o botãozinho do interruptor.

E o controle remoto? De uma distância razoável eu aperto uma tecla e a tv liga, o som se propaga e a imagem aparece e ali podem ser feitas muitas variações como fazer o olho saltar para fora e outros quetais. A luz que sai do controle é invisível e poderosa são as chamadas ondas
eletro-magnéticas, mas e daí?

Sei muito pouco da vida, de como realmente funciono, de como as outras pessoas
funcionam. Tudo que sei são, positivamente, sinais, códigos, fórmulas. O que é mais fácil de ver é a semente que posta na terra cresce e se desenvolve. Mas como
isso acontece, o que está dentro da semente. Se pudéssemos abri-la e ver o que
ela faz e como faz para pela água e luz do sol crescer. Como ela sabe o tamanho do
tronco, dos galhos, das folhas, das flores quando as têm.

É tudo muito superficial. Meu conhecimento é muito intuitivo. Somente os estudiosos, os cientistas visualizam toda essa curiosidade e nos dizem por meio
de palavras, desenhos, gráficos e ficamos nisso. Acho muito pobre saber tão pouco
e passar pela vida sem ao menos ver a grandeza de uma planta. Imagine, então, a
coluna e o cérebro, esse desconhecido.