Eu me perco nas palavras
Lembro do coração gelado quando a Professora de Português me chamou para correção do meu caderno e ficou horrorizada como minha caligrafia, das batidas de sua mão no birô e de suas palavras que me comparava com seu filho de 5 anos.
Lembro da Professora de Português no 2º ano do ensino médio me dizer que não teria capacidade de cursar o 3º grau, lembro de baixa minha cabeça diante dela.
Quem eu culpo por tantos erros de ortografia, por meu excesso de virgulas, por não entender a sintaxe da oração? A quem entrego o selo de carrasco de meus problemas de Português se não a mim mesmo?
Minha expressão é falha, minha linguística é pobre, meu conhecimento é chulo e minha habilidade de conversação é nula. Nunca sou compreendido da forma que gostaria, não consigo expressar um pensamento sem o invencionismo de palavras e de termos que não se encaixam, que não criam a semântica do adjetivo que é adjetivo.
Curvo letras que meu coração entende, falo palavras com minha alma. Eu me entendo, me compreende.
De onde vem essa necessidade de ser compreendido pelo resto de todo mundo?