Eu me perco nas palavras

Lembro do coração gelado quando a Professora de Português me chamou para correção do meu caderno e ficou horrorizada como minha caligrafia, das batidas de sua mão no birô e de suas palavras que me comparava com seu filho de 5 anos.

Lembro da Professora de Português no 2º ano do ensino médio me dizer que não teria capacidade de cursar o 3º grau, lembro de baixa minha cabeça diante dela.

Quem eu culpo por tantos erros de ortografia, por meu excesso de virgulas, por não entender a sintaxe da oração? A quem entrego o selo de carrasco de meus problemas de Português se não a mim mesmo?

Minha expressão é falha, minha linguística é pobre, meu conhecimento é chulo e minha habilidade de conversação é nula. Nunca sou compreendido da forma que gostaria, não consigo expressar um pensamento sem o invencionismo de palavras e de termos que não se encaixam, que não criam a semântica do adjetivo que é adjetivo.

Curvo letras que meu coração entende, falo palavras com minha alma. Eu me entendo, me compreende.

De onde vem essa necessidade de ser compreendido pelo resto de todo mundo?

Josélio Oliveira
Enviado por Josélio Oliveira em 10/02/2016
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