Sou tão nada... Sou tão ninguém...


 
Sou tão nada... Sou tão ninguém...Sou nada mais do que uma velha senhora que passou... cujos tempos todos passaram... Não compreendo porque surgem sofrimentos e dores em razão da existência e da presença desta ausência que sou...desta ausência que sou... desta ausência que não tem direito a sonho nenhum... que não faz mais jus a sonho nenhum... Por que, Senhor meu Deus? Por que? Por que tanta dor, meu Senhor...tanta inútil dor? Afinal, minha existência e presença não representam risco para o sonho de ninguém... de ninguém... de ninguém...
Seja como for, peço perdão. Eu peço perdão. Jamais pude compreender porque a vida foi o que foi, porque a vida é o que é, porque os espaços de refúgio acabam todos por se revelarem fonte de dor... para outros... para mim...Senhor, a mim que não sou nada, me dê a suprema bênção de eu não ter qualquer poder para causar mal, mesmo sem o querer, a ninguém... a ninguém... a ninguém... Amém! Eu aceito a minha SOLIDÃO, este destino que me coube; não porque queira, mas, porque não tenho outra escolha.