infanto-janelal

Me sentei perto a janela e espiei a brisa. Talvez devesse me aproximar,depois de tanto tempo olhando com os mesmos olhos. Esperei alguns segundo,e esses segundos demoraram como nunca imaginaria,ele entraria por aquela porta e iria me oferecer aquele sorriso,que já conhecido,porém renovado toda vez que me presenteava com tal. Esperei,e como esperei,mas parecia que nunca chegaria,esperava o que mesmo? Já não tenho certeza. Encostei a cabeça na janela e comecei a lembrar de pequenas coisas,me veio aquele cheiro inconfundível,olhei ao lado: era ele! Meu coração disparou-se e não me lembrava o que estava fazendo lá,mil coisas correram pelo meu pensamento,peguei uma folha de papel e uma caneta,e comecei a riscar coisas que no momento não me fizeram sentido, nem mesmo agora,entre círculos,estrelas números e palavras,vi um rosto. Era ele e era dele! E ele não gostava dos meus hábitos,nem sequer gostava das mesmas coisas que eu,vivia me reprovando. Talvez tivesse um interesse incomum por meus olhos e cabelo,talvez sim,talvez não. Eu via em seu rosto algo diferente,tão repulsivo quanto atraente,e isso me instigava a querer ficar perto dele,seguir seus passos,ele não era como os outros e ao mesmo tempo era,suas palavras eram exatamente iguais e seu tom completamente diferente,eu busco até hoje entender o que aconteceu naquele exato momento: nossos olhos brilharam ao se encontrarem,tentaram dizer algo,mas foi impossível porque interrompemos nosso momento único com um sorriso e um gesto carinhoso,nunca aconteceu novamente e nunca acontecerá,subestimamos a força de nós mesmo pela precipitação pueril típica de ambos.

ttyn dmn
Enviado por ttyn dmn em 07/07/2007
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