ESSA TAL FELICIDADE

Bem, li o texto do Teilhard de Chardin. Via de regra não peça para alguém não fazer algo...

Já deve imaginar que eu discordo. Primeiro porque pela classificação que ele propõe, a felicidade tal qual nos é apresentada no livro de Eclesiastes, seria negativa ou pessimista ("Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de vida da tua vaidade, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade: porque esta é a tua porção nesta vida, e do seu trabalho, que fizeste debaixo do sol. Eclesiastes cap 9 ver 9, E, demais, filho meu, não há limite em fazer livros. E o muito estudar é enfado da carne, cap 12, ver 12).

Depois para apoiar a versão dele sobre a felicidade ele se apóia na ciência. Que fique claro que eu não sou de forma alguma contra a ciência. Mas em seus termos, com tudo o que conhecemos hoje sobre o universo, a ideia de existir um Deus que se importa com a minha existência pessoal é absurda. Esta é a fundamentação para a famosa frase de Nietzsche:-"Deus está morto". A solução filosófica para isso vêm com a descoberta de Kierkegaard e seu salto conceitual. Através da dúvida se chega na fé.A fé e Deus, no mundo moderno, é absurda, então o crente aceita e vive esse absurdo (Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas para confundir as fortes 1 Coríntios cap1 ver 27). eu não sou ninguém mas a minha tradução pessoal para isso é: Talvez nada do que esteja escrito (na Bíblia) seja verdade, mas eu acredito de todo coração que é tudo verdadeiro. Pois está é a Palavra que Deus deixou para mim. E contra a minha fé não há argumentos.

Então o que seria a felicidade? Isso vindo de alguém que não é feliz mas a vislumbra. A felicidade seria a perfeita realização da Caridade tal como Paulo a coloca no Cap 13 de 1 Coríntios. Mas ela ,em sua plenitude, é impossível nesta vida (Hoje vemos como por um espelho confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como sou conhecido ver 12). Tenho para mim que a felicidade que nos é prometida se assemelha a sensação que temos ao fazer uma refeição para alguém que amamos ou que está com fome. Ou quando cobrimos alguém que adormeceu na sala. A beatitude do ato de amor desinteressado que se completa em si mesmo. Só que sempre e para todo o sempre.

E isto não está nesta terra...

Desculpe amigo, mas eu comecei a digitar e simplesmente não consegui parar. Perdoe-me pela arrogância...

Um abraço!

Aristoteles da Silva
Enviado por Aristoteles da Silva em 26/02/2016
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