Já é tarde para sonhar?

A Suzannah aos 5 anos sonhava em ser modelo. A Suzannah aos 10 queria ser astronauta da NASA. A Suzannah aos 15 queria ser jornalista e escritora. A Suzannah hoje com 19 (quase 20) cursa Engenharia de Petróleo. Mas a vontade de desfilar pelas passarelas da Victoria’s Secret, ou de ver a Terra lá de cima ou de ter um livro publicado no topo de mais vendidos do New York Times continua até hoje. Confesso que tentei matar esses sonhos enquanto crescia. Mas não consegui. Seria como arrancar uma parte de mim.

Muitas pessoas já devem ter se deparado com aquela frase que circula pelas redes sociais: “a criança que você foi teria orgulho do adulto que você se tornou? ” Eu não sei quanto ao resto do mundo, mas ao me deparar com essa frase, eu fiquei completamente abismada pelo fato do quanto nós mudamos à medida de amadurecemos. É o resultado das rasteiras que sofremos ao crescer. E por isso, a gente se abre a novas possibilidades que são mais convenientes num determinado momento.

Às vezes tomamos decisões baseadas nas conveniências da vida adulta. Minha faculdade, por exemplo, era a opção mais conivente quando decidi deixar de lado uma vaga na UFSCar em uma cidade a 240 km de minha casa para usufruir de minha bolsa integral em uma faculdade particular a meia hora de minha casa. E ainda saí no lucro ao conseguir conciliar minhas obrigações com algumas atividades que me proporcionam satisfação. Continuei escrevendo cartas de amor para o meu namorado, poemas e ensaios para concursos, artigos para publicação, textos científicos para a faculdade. Também fiz alguns cursos online de astronomia. Tive oportunidade de trabalhar numa redação de jornal. E tudo isso sem abandonar meu curso na universidade.

Logicamente, não atingi um sucesso grandioso, mas só de fazer essas atividades já sinto a sensação de realizar coisas que sonhei desde criança. E eu percebi, finalmente, que os sonhos que eu tinha quando criança ainda permanecem hoje nos desejos mais profundos de meu coração. É pretensioso o fato de que as crianças, no geral, não se deixam abater pelas doloridas rasteiras da realidade. Nós crescemos, amadurecemos e mudamos, mas nossos sonhos sempre vão ficar armazenados em nossas almas.

O importante é não deixar essas “ batidas da cara com a realidade” nos abalarem ou matarem nossos sonhos pois eles são a representação daquilo que nossas versões de crianças admirariam. É cruel matar isso. Por isso, trabalho hoje para me tornar alguém que orgulharia a Suzannah criança. E que esses sonhos guardados nos sirvam de inspiração para fazermos o que gostamos todos os dias, sem nos acomodarmos com as conveniências da vida. Não podemos deixar que a vida adulta nos tire a capacidade de sonhar e irmos em busca de nossas realizações pessoais.

Suzannah Harrison
Enviado por Suzannah Harrison em 09/03/2016
Reeditado em 17/05/2016
Código do texto: T5568768
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