Sobre Não Ser Dona do Próprio Texto
Conversando com uma amiga que, assim como eu, escreve por hobbie ela me confidenciou o medo de postar e que só manteve o blog com seus textos pessoais, para ir escrevendo e ver a sua evolução como escritora amadora.
Intrigada, pedi o endereço do blog e li apenas um texto dela e dei meu parecer: maravilhoso! Ele foi envolvendo e caloroso, um texto que me fez ficar com um sorriso no rosto por se encaixar tão bem no meu momento atual. Compartilhei em uma rede social e ela admitiu sentir-se lisonjeada e intimidada com aquilo, por nunca ter tido coragem de divulgar o próprio blog.
Entendo como é intimidante publicar, pois acredito que o texto é seu apenas até o momento da primeira pessoa o ler, após isso ele torna-se de domínio público. Não que não existam leis contra o uso indevido de textos escritos por outras pessoas, mas o autor só tem poder sobre o texto na criação e edição, após isso o que acontece dentro da mente do leitor são baseados em suas histórias, experiências, sentimentos e vivencia da vida, tornando o autor um espectador das diferentes reações que se terá:
Alguém pode ler e amar.
Outro poderá chorar de tristeza.
Um terceiro se manterá indiferente à leitura.
O quarto pode achar ruim.
Poderá existir alguém que odiará...
Todas são reações válidas, se forem verdadeiras, e como autores entregamos “nossos rostos a tapa” de tudo isso e admito que está longe de ser fácil!
Adoraria escrever algo que agradassem a todos, algo que me rendesse apenas elogios e encantamento por parte dos leitores... Agradar diferentes pessoas é possível, mas agradar à todas é impossível.
O primeiro passo para superar a vergonha da publicação é perceber isso. O segundo é estar pronto para receber elogios e críticas, afinal, eles fazem parte da vida e aprender com eles apenas irá te tornar melhor.
O que quero dizer é que levantar o queixo, assumir que você quem fez e abrir o peito para tudo faz parte de ser um escritor.