A Distorção do Politicamento Correto

Essa semana me dei conta de como o “politicamente correto” saiu do controle: a um tempo, vi uma matéria sobre uma marca de lingerie francesa que colocou fotos de uma moça que aparentava ter menos de 18 anos com uma lingerie em poses sensuais. Fato: a moça não era menor de idade, tinha 21 e aceitou fazer as fotos e recebeu por isso. Mas muitos vieram protestar que incitava a pedofilia. Por favor, não me entendam mal: não concordo com abuso de crianças e adolescentes, na verdade sou contra qualquer abuso! Mas tudo isso porque a moça tinha cara de 17? Ok. Todos têm direito a protestar, tudo bem...

O que me chocou foi uma matéria (cerca de duas semanas depois) com a mesma marca de lingerie, mas dessa vez não incitava a pedofilia, mas sim uma campanha que afirmavam ser machista. Abri o post para tentar entender o que diabos os caras de marketing fizeram, e adivinha? Eles tiraram (através de Photoshop [LÓGICO]) os mamilos das modelos nas fotos. Sim, apagaram. Portanto as lingeries que tinham uma transparência na frente ficaram apenas os seios, sem mamilos. Fui ler a matéria para tentar entender o porquê do machismo e vi que diversas mulheres afirmaram que a marca incitava o “corpo perfeito” e que mamilos eram naturais e isso deveria ser o foco da marca, mulheres naturais (sim, mamilos polêmicos).

Fiquei imaginando o que teria acontecido se tivessem as fotos das modelos com mamilos, o que iriam dizer da marca. Não estou dizendo que as mesmas pessoas que disseram ser machista, afirmariam serem indecentes as fotos naturais, mas outras iriam.

Temos que admitir que é algo para se pensar: o que é politicamente correto pra você? Será que o seu é igual ao meu? Ou será tão diferente que entraremos em uma discussão sem fim?

Vivemos em um mundo muito grande, com diversas culturas, costumes e vivencias. Não é possível jogar todos num grande balde e avaliar como iguais. Simplesmente porque seria injusto.

Muitas pessoas têm opiniões fortes contraditórias as minhas e têm seus argumentos bem conceituados, respeito imensamente isso! Mas existem momentos em que prefiro balançar a cabeça e ficar quieta para evitar um conflito. Covardia? Pode até ser, mas se isso irá me custar um amigo ou uma noite que (deveria ser) agradável, prefiro me silenciar. Assim posso escutar os argumentos e, quem sabe, até mudar de lado. Afinal, nunca podemos nos esquecer que somos uma metamorfose ambulante.

Vania Afonso
Enviado por Vania Afonso em 15/03/2016
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