Angustias

o grande medo do ser humano é perder a si mesmo, na ilusória vontade de ter alguém a lado que valide, que reconheça a sua humanidade. Somos tolos por esperar demais, por desejar o ideal, nossa criatividade focada em esperar que sejamos surpreendidos! Como suportar a mediocridade sem enlouquecer?

O mundo em sua futilidade sem precedentes, aparência, ostentações, disputas entre pessoas que mal se conhecem se chama de inimigos... seria a vontade de ser herói, de ser importante que gera essa necessidade de crer que existe alguém alimenta ódio contra si? Compreenda, você é ignorado pela esmagadora maiorias dos seres humanos, enquanto acha que alguém dedica tempo a falar de você e “se vinga” listando os defeitos deste, esta apenas afirmando a decadência de seu espírito.

Vale condenação essas almas que parecem ter vindo sem saber para que, ao engolirem o embuste grotesco da manipulação mundial, que tomam para si discursos que pregam a injustiça e desafeto! Afogar-se no egoísmo é o caminho de todos que se contentam em ser trevas, que alimentam seus demônios mais que seus deuses internos, viver exige olhar para fora, ter empatia, respeitar o outro em sua diferença, não precisa ser amigo do mundo, seja apenas gentil.

Não seja mais um mau humorado do dia, agradeça, mostre que vê naqueles que te servem em seus trabalhos como pessoas as quais merecem sua gratidão. Veja o humano que limpa o banheiro publico, o chão, conserve, jogue no lixo, ceda lugar, permita a passagem, seja cortês.

O mundo é uma colônia de seres humanos, que antes geograficamente separados, hoje compartilham uma rede global que os une, e nunca se sentiu tanta solidão... Estamos cercados de informação mas adquirimos pouco conhecimento, temos muito sexo e pouca intimidade, temos reclamações e revoltas e pouco ouvido, pouco colo... Replicamos o que a maquina nos passa, apatia, frieza... Cobramos perfeição sem esforço algum a se tornar melhor, somos condenados a termos um falsa sensação de grandeza, e uma consciência profunda de pequenez convivendo em um mesmo espaço, no fundo sabemos que somos fundamentais a nossa era, mas nos permitimos ser apenas mais um grão de areia de uma praia.

A nebulosidade de nossa realidade, nunca houve tanta luz e glamour, e tanta sensação de estarmos em um pântano, os pés grudam no chão, há um fétido aroma indescritível no ar, e é sempre noite... A noite tem promessas, a sombra oculta e protege, pois a luz do dia somos pateticamente normais, olhar nos olhos sempre dá uma leve sensação de nudez, e qualquer confissão dita com sinceridade tem um risco tão profundo que melhor criar reflexões em alguma rede social....

Fagulhas do fogo divino vão se extinguindo dentro de nós, vamos perdendo a vontade de prosseguir, e a correnteza arrasta, leva com sua anulante constância, assim como o inexorável tempo, em raros lapsos de lucidez notamos o que perdemos, mas absortos em analgesias diversas permanecemos...

Onde estão as noites de verão em que havia sonhos?

T Sophie
Enviado por T Sophie em 16/03/2016
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