QUENTES ...
Quentes são os momentos em que me deito
Quentes são os momentos em que me levanto
Momentos quentes que me assolam o peito
Momentos de riso, de calma, de pranto
Quentes são as noites nos dias de Inverno
Na beira mar, nos sulcos da montanha, nos trigais
No simples contemplar de um olhar terno
No desbravar fechado dos canaviais
Quentes são as memórias de Outonos cinzentos
De folhas desesperadas em adeus definitivos
Quentes são as horas que recordam momentos
De absorção total, penetrantes, incisivos
Quentes são os céus que um dia longe me levaram
Longe me transportaram a novos horizontes
Quentes são as águas, as origens, as fontes
As Primaveras que jamais me abandonaram