Olhar ponto quarenta e dois
 
Que a vida não passe despercebida, feito meteoro luminoso que ninguém vê,
Não seja um punhado de emoções vazias, ou dito pelo não dito de entrelinhas,
Que eu conte até três mil vezes, para concordar por concordar, de riso amarelado lute para não me apossar.
Que saiba discordar, sem ofender, ensinar e aprender!
De pés de descalços, faço e me refaço criança,
Pinto e bordo a beira de um tempo oportuno, sem precisar me preocupar com o futuro.
Construo castelos de sonhos removíveis, deslocáveis e mutantes,
Hoje sou o que sou, não por aquilo que me fizeram, mas por aquilo que decidi me tornar.
O que busco entre um rabisco e outro não é perfeição e sim, autoria de pensamento.
Vibro a vida em cada ínfimo momento, mesmo aos quarenta e dois do segundo tempo.

31/03/2016
Águida Hettwer