Não creio em acasos


 
        Na minha parca opinião, nada acontece por acaso, ainda que possam ser obscuras as causas de algumas consequências. Na minha família nuclear, por exemplo, por força das circunstâncias acabei por exercer a função de bode expiatório,  e bode expiatório não tem escapatória nenhuma, pelo menos nos relatos bíblicos do Velho Testamento. No Novo Testamento caibo bem na figura do filho não pródigo, aquele que ficou em casa e, tendo cuidado de tudo,  acaba por se sentir um perfeito marginal quando o filho pródigo volta para casa. Perdoem-me os leitores demasiado ortodoxos da Bíblia Sagrada: este é apenas um desabafo momentâneo de bode expiatório de família. Perdoem-me.