INTREPIDEZ

Possui a intrepidez das águas furiosas

Ela toda é uma torrente de rios lóticos

O brado de suas palavras são como as correntezas

Que se ouvem ao longe e impressionam pela força

A fluidez de seu curso segue mudando a paisagem

Revira tudo que tem à sua frente

Transpõe as pedras que insistem imóveis à sua turbulência

A vivacidade que se ver no rio

Faz lembrar os pensamentos dessa mulher

A rapidez com que conclui os fatos

A voracidade de seus argumentos

Se aturdiam em águas nebulosas, o que causa grande confusão

São como um leito em ebulição que revolve todo tipo de resíduo

É lugar turvo, de lama remexida, são águas perigosas

As conclusões e os argumentos nascidos de fontes barrentas

Serão como mananciais contaminados por choros, lagrimas e prantos

Substâncias liquidas do que somos feitos, nada é sólido

“Nesse planeta que chamamos de Terra”

Em que vivemos em tempos líquidos, nada dura para sempre

E nos aventuramos em amores líquidos, lânguidos

Elétricos e eletrizantes à velocidade da luz

Conectados via Facebook, que desconectam mais rápido ainda

Basta puxar a tomada

Afluentes de um rio sem confluências, somos antes piscinas

Em um momento que parecemos cheios,

Basta puxar a válvula. (Baseado em Zygmunt Bauman).

Eladio Carvalho
Enviado por Eladio Carvalho em 11/04/2016
Reeditado em 12/05/2020
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