Minha religião...

É o amor. Eu sei que é bem clichê o que eu disse, mas é porque eu acredito nisso. Mas também acredito em um Deus, acredito em Cristo, porque ele é a essência do verdadeiro amor. Isso deve me fazer um cristão, talvez?!

As vezes quando me sinto triste, eu sinto alguns arrepios diferentes, já ouvi dizer que é Cristo nos dando um abraço, já eu acho que é um cafuné pra consolo momentâneo. Esse é um dos motivos, que embora pareça estranho, me convence que Ele exista, além, é claro, dos milagres.

Fui criado frequentando a igreja católica, fiz catequese, crismei até participei de grupos de jovens (só faltou mesmo ser coroinha), mas como tenho a família toda praticamente evangélica, também fui algumas vezes na minha infância a cultos.

Aprendi que amar é a base de tudo, também os mandamentos, os sete pecados capitais e por aí vai. Tudo era simples, tava escrito, era só seguir a risca. Assim pensava, era uma criança pura, vivia numa bolha onde esse assunto era tão fácil, totalmente!! Por quê me preocupar? Se eu errar Deus sempre vai me perdoar! Nem sempre, porque "Ele é amor, mas justiça também." É o que ouço até hoje, principalmente dos evangélicos, uma arma perfeita para julgamentos. E por ouvir demais eu fui me frustrando cada vez mais... O pior momento de todos foi quando fui me descobrindo e ao mesmo tempo soube que ser católico podia ser muito dolorido. Ser gay e seguir tudo a risca, significaria eu me auto anular, como se uma parte importante de mim fosse embora para sempre. Foi isso que fiz em anos, rezei tanto para não ser o que sou, e pedi pra ser "curado" de algo que nem doença é.

A participação em grupos da paróquia foi uma experiência bem bacana, me senti útil ajudando nos encontros e me fez amadurecer um pouco mais. Fui em um retiro e foi quando minha ficha caiu, não me senti a vontade, me senti deslocado vendo todos os meus colegas com suas namoradas, percebi que nunca seria como eles e não teria apoio para ser quem eu sou. Depois desse evento me afastei da igreja, achei que não tinha lugar para pessoas como eu, me senti condenado...

Nesses últimos anos, fiquei refletindo sobre tudo que envolve esse assunto, e questionei sobre meu futuro. Será mesmo que Deus quer que me sinta condenado ao invés de acolhido, a ideia de ter uma religião não é como ter um refúgio, um porto seguro?!

Hoje eu vejo que não existe religião perfeita, e também já não importo tanto com que alguns religiosos pregam, afinal o julgamento deles não me interessa nem um pouco, eu vou é tentar ser feliz, sem deixar de acreditar, não estou fazendo mal a ninguém. O que não posso é ficar sofrendo com algo só porque falam que é pecado, abominação e por aí vai... E depois eu me resolvo com Deus, ele sabe do meu coração mais do que qualquer pessoa desse mundo e eu tenho certeza que ele não vai me barrar por isso.

Como se muitos por aí fossem perfeitos, e também não pecassem, falta muita compaixão nessas pessoas, que vivem para anunciar que todos devem seguir tudo que está escrito, sendo que os próprios não seguem, só por julgar, apontar o dedo e ferir com palavras. É a tal da hipocrisia, que o próprio Jesus não curtia.

Dizem que a palavra é absoluta. Absoluto mesmo é o amor, que precisou depois do surgimento de vários livros e capítulos, trazer o verdadeiro exemplo vivo, ressuscitado...

Lulni
Enviado por Lulni em 19/04/2016
Código do texto: T5609830
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