Preso em um não lugar

Às vezes sinto-me confuso, com tantas ideologias, fica paralisado sem saber onde ir, qual rumo seguir. Minha fé, tão abalada, se afasta aos poucos de mim e aquilo que era uma verdade absoluta, dá lugar a um enorme vazio que nem os céus, nem a Terra e todos os seus santos são capazes de preencher.

E começo a sentir a mais profunda solidão, sendo acolhido pela escuridão do meu quarto enquanto ouço as mesmas canções de outrora, pensando, em estado de letargia, por que a morte vem com tanta demora?

E sinto-me indiferente, quando a escuridão ,me possui, seja o céu ou o inferno, seja o materialismo ou a idealidade, a dialética ou o dogma, nada parece verdade, nada parece se encaixar na confusão que é minha mente.Então a letargia e a indiferença se tornam a única coisa real, os santos tentam me levar a luz novamente, mas meu coração permanece sem batidas, preso entre as nuvens e o chão, em algum não lugar em meio ao completo nada!

E me pergunto: "Por que ainda existo? Será essa dor e essa angustia meu espinho na carne?" Mas tudo que consigo ouvir é o silêncio de minha própria rebeldia...

E tento me agarrar ao que resta, mas infelizmente só restou o fim e algumas palavras... e nelas aposto minha cura ou pelo menos, uma fuga contra a própria implosão.

No fim, continuo perdido, entre o sacro e o material, entre a evolução e o criacionismo, entre a alucinação e o delírio, sem saber quem é ou pra onde ir, trocando a faca pela pena, tendo tanto a vida quanto a morte seu grande dilema. No fim, só resta lutar contra o vazio e continuar a tentar viver, esperando que ao longo de todo caminho que falta, possa encontrar as respostas que tanto procuro!

RS Schindler(Renan Souza)