Brinquedo nas mãos do destino
Recrudescer a mágoa, sofrer a dor que faz sucumbir o ânimo de viver.
Por que tem de ser assim?
Por que a alma sofre a amargura sem trégua, uma após outra, neste mundo cruel?
E não adianta... sempre uma tortura silenciosa fazendo medo.
Um túmulo real - onde ninguém ouve nada... nem soluços, nem lamentos nem o sofrimento incrustado, feito de silêncio profundo: é proibido falar!
E pior, o mais incrível: ainda há vida... vida para os olhos, para o coração, para a alma!
Há a respiração que não pára.
Tudo foge, porém... esperanças, sonhos, significados.
Quantas vezes a mesma desventura, enquanto se fica à espera do que não virá?
(...Sim... um brinquedo nas mãos do destino,
um coração que morre vivo e sem sonhos.)
Mas... Não!!!
Ainda há uma afeição!
O que dizer, o que pensar, como reagir enfim, quando o coração é tocado tão profundamente pela afeição, em um tempo de carência, de descrença, de abandono, de desamparo, de solidão?
É... parece mesmo que nas mãos do destino nada se é além de um brinquedo qualquer.