O Pensamento Comum [Parte 1]

O Pensamento Comum [Parte 1]

Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva

Data:01/05/2016

1.O atual pensamento comum recobre-se em vínculos espúrios que associam uma imagem forçosamente conceitualizada sobre alguma coisa com o dever social de repeti-la freneticamente, como se fosse um princípio de entendimento. Nem pelo ouvido, em cuja estrutura interna já se encontra uma afinação orgânica com o mundo exterior, o vício do atual pensamento comum consegue usufruir um pouco da qualidade natural de nossa captação sonora e da disposição múltipla e coerente de formas interpretativas emanadas no cantarolar interno de nossa melodia do "visível", aquilo que nos dá um "análogo rítmico" de como as coisas se dão e como elas tomam seus tempos e contratempos.

2.Não é pelo excesso de informações, na era contemporânea, que ocorrem a sedução principal pelo pensamento comum e a atração pela indolência em sua estrutura de articulação lógica. Ao contrário disso, esse excesso informacional, que transborda difusamente diversos líquidos "pixelizados", reflete tão somente a customização da vida pela racionalização virtual, pelo cenário de projeção deliberada e pelo desejo de satisfação imediata por uma leitura que seja um "fast food" de conhecimento, que tente substituir o antigo "feijão com arroz" e a humildade do esforço próprio para compreender algo sem "frames", sem meras notificações, muito menos por jargão de marketing. Por isso, não existem pílulas para sair dessa tão sonhada "matrix".