Deus está morto

Foi Friedrich Nietzsche que disse essa frase: "Deus está morto" uma certa feita.

Hoje, pude compreender o significado dessa frase para mim mesmo. "Deus está morto" significa que Ele de fato está morto para este mundo. Ele criou todas as coisas e não quis ver de antemão o que criaria e ao final da criação viu Deus que o que Ele criou não era bom e logo Ele se mandou deste mundo em primeiro lugar.

Vamos acreditar na hipótese de que tenham exitido duas criaturas iniciais que deram o nome de Adão e Eva. Não estou aqui para defender nenhum dos dois habitantes que o caldo cultural advoga serem os primeiros seres deste mundo da falsa holisticidade da alegria presente.

O que quero dizer é que logo após a criação de todas as coisas Deus notou que tudo não era bom e se "arrancou", "vazou", se mandou deste mundo cruel.

Ele não está mais presente aqui em hipótese alguma.

A nossa vã fé acredita na presença divina neste plano terreste, mas não caiamos neste falso acreditar.

Digamos que nós fazemos algo ruim e que esse algo não tem conserto. O que fazemos nesta situação?

Tentamos abandonar esse algo ruim fugindo para bem longe dele, não é verdade?

Quando um assaltante assalta um estabelecimento comercial e leva uma quantia de dinheiro muito grande, ou leva objetos de valor, ou ceifa a vida de alguém, esse bandido procura sumir da cena do crime. Ele busca sossego para sua consciência que está atormentada pelo que ele praticou bem longe do local do seu ato mau.

Deus também tem sua consciência atormentada pelo que Ele praticou, a saber: a criação deste mundo perverso e mal. Um caos desordenado, não cabe aqui pleonasmos.

É pura ilusão pensarmos que este mundo e belo. Não caiamos nesta estória.

Deus além de ter criado este mundo ruim, criou também a sua própria injustiça para com os homens.

Foi Ele mesmo quem deu mais anos de vida a uns e menos a outros. Não quero defender a reencarnação a qual não acredito por um grande motivo especial: pensemos num automóvel como sendo a reencarnação. Ele, o automóvel. foi criado zero quilômetro e não tinha vida pregressa. Com o homem acontece a mesma coisa. Ele surgiu sem passado e, portanto, sem erros passados para poder ter que pagá-los nesta vida. Ainda que pensemos que o homem viveu sempre desde da eternidade, ai então estaremos comparando-o com Deus que é eterno.

Sendo assim, se o homem não tem passado, logo não tem erros e logo não tem o que pagar.

Hoje estive num enterro de uma pessoa de 42 anos de idade. Uma pessoa belíssima que morreu com cancer na cabeça. Note bem que se trata de uma pessoa jovem, cheia de projetos de vida e com uma família formada, com mulher e filho. Naquele cemitério, notei a falta de justiça divina. Pensei: poxa vida, como pode uma pessoa de boa índole, com um caráter ilibado morrer assim de uma hora para outra enquanto tem pessoas de má índole que praticam toda a sorte de erros contra seus semelhantes e vivem até os oitenta anos, os noventa anos e bem, por sinal. Então surge a pergunta: que Deus é esse que dá vida abundante a uns e não a outros?

Não podemos responder essa pergunta, mas, neste caso, Deus está sendo injusto.

Cabe uma reflexão muito profunda sobre isso e que não cabe a nós pensarmos em decisões divinas.

Deus já não habita neste mundo, desde de que fez a burrada de o ter criado. Talvez, por esse fato, Ele também não arbitre mais nada por aqui. O salve-se quem puder é para nós pois Deus já salvou, salvou sua própria pele.

Por tudo o que foi dito, podemos afirmar com certeza que Deus deixou este mundo não ao Deus dará, mas ao diabo dará, porque Ele já não habita aqui. Ele, quiça, fica em seu lugar que não sabemos onde, pensando em sua criação desastrosa.

O que importa para nós é vivermos como se tudo fosse mil maravilhas e deixar a vida passar, mas sem jamais deixarmos de refletir sobre as grandes questões que têm causado impactos na humanidade pensante, pois quase ninguém pensa sobre isso e são apenas peças de um xadrez já montando. Tem o rei e a rainha que dominam o mundo( toda forma de amarras que estamos envoltos), tem o cavalo que são os individuos que vivem nessas amarras sem pensar nelas, tem o bispo que conhece muita coisa, mas deixa os cavalos e os peões presos na sua ignorância, tem os peões que são escravos de todos e tem a torre que observa a todos caladamente. Quem é você nesse tabuleiro?

Filósofo místico
Enviado por Filósofo místico em 12/07/2007
Reeditado em 14/07/2007
Código do texto: T562653