Pesquisei o vocábulo reforma e constatei que pra cada momento ou espectro da sociedade o termo aparece e sempre refletindo um apelo para melhorar algo, uma situação, uma regra. Nunca se referindo a sociedade como um todo. É mais um termo, um aspecto individual.

Há algum tempo atrás, houve a reforma religiosa quando grande parte da Europa se separou a Igreja Romana dando origem ao Protestantismo. Essa re-forma no pensamento religioso impactou a vida das pessoas. Os protestantes formataram uma religião nova ao seu gosto e crença. Adequaram seu modo de vida a essa nova forma de crença e de pensamento sobre religião. Portanto a igreja romana tem até hoje os seus conceitos e a igreja protestante tem outro encadeamento para a mesma questão. Fato que ocorreu no século XVI, trazido à lume por Lutero.

Reforma é um termo feminino, mas não se refere às mulheres, que querem e gritam por reformas no seu corpo; essa necessidade de reforma é inerente ao ser humano que sempre sai em sua busca pois que traz felicidade, pois tudo tem uma forma, e re formar significa dar novo aspecto ou forma ao que já existe. Portanto formar novamente, de novo, outra vez é aperfeiçoamento.
Reforma, segundo os dicionários, é o ato ou efeito de reformar. Considerei muito vago, pois o nome já diz: reforma. Mas do que se trata a reforma, ou a re-forma? Quem ou o quê deve sofrer uma re-forma?

Considerando que a reforma ou re-forma visa uma melhora, torno a questão: Melhora de quem ou do quê? Do ser humano? Da política? Da casa onde moramos? De um comportamento, de uma atitude? Sei não. Meus miolos dão nós no meu cérebro.

Observando meu entorno, ouvindo outras pessoas percebo que tudo deve receber re-forma, deve em alguns momentos receber alterações. Formar de novo os conceitos... para melhorar. Nunca para piorar.

Quando acontece na vida a aposentadoria, surge com ela uma reforma na vida dos trabalhadores. Há uma reforma na vida profissional. Geralmente, a pessoa se acomoda em outra atividade se estiver se sentindo bem, outro trabalho. Ela forma uma nova oportunidade de vida para si. E às vezes as doenças fazem as pessoas buscarem uma reforma: busca médicos, remédios: uma nova oportunidade de continuar a lutar , a viver. Há uma re-forma de vida. Tudo mudou na vida da pessoa, da família, e tudo precisa se formatar de novo conforme as novas circunstâncias. Houve uma mudança, uma transformação substancial.
Porém ... Estamos num momento delicado da vida da nação e portanto, nossa. Tudo que diz respeito ao Brasil nos atinge inexoravelmente. É impossível não emitir uma opinião, ficar à margem vendo o trem passar apitando: cuidaaaado! Falamos de reforma. Mas reformar de que jeito, com qual intenção? Portanto precisamos formar de novo uma política que atenda às necessidades da nação e não que faça a nação ficar de joelhos diante dela como estamos atualmente. Para isso acontecer é preciso que os políticos se reformem, reformem seu pensamento e comportamento, que abandonem de vez as práticas erráticas, deletérias que nos fazem tanto mal. É preciso também que o votante saiba que do seu voto depende a vida de outros tantos brasileiros. É preciso que o votante saiba que é muito fácil errar na hora de votar, mas que percebido o engano, saiba que é possível corrigir esse engano e não se deve prolongá-lo porque muitos irão sofrer, como estão sofrendo. É preciso que o votante tenha em mente que seu engano pode levar à morte milhões de seres iguais a ele por fome, doenças, frustração , pois esta mata o ânimo, a capacidade de reação. É uma re-forma de comportamentos e atitudes. Só não sei se a reforma virá sem atritos graves, pois pequenos já os há.

É preciso reformar o modo do governo entender o votante, pois o mesmo não é um objeto inanimado que deve ser jogado ou descartado depois da eleição. O político deve saber e compreender que foi votado para exercer uma função com dignidade, com responsabilidade, valorizando o voto e a confiança nele depositada. Deve formatar seu pensamento de forma a compreender o votante como um ser dotado de compreensão, de desejos e capacidade de auto gerir-se; que ao político não é dado o poder de intervir na vida pessoal do povo, na vida familiar, no modo como cada família educa seus filhos, como cuida de sua saúde, como deseja divertir-se, onde e com quem. É preciso uma reforma que dê conta de reestabelecer a liberdade individual, natural do ser humano. Que a política respeite os direitos individuais, restabeleça a condição de unidade nacional, sem preconceito nem diferenciações entre as camadas sociais, pois que estas existem e devem ser respeitadas pois interdependem-se. Por esse reestabelecimento é que milhões de brasileiros foram às ruas em 2013. Não foram pelos vinte centavos de aumento do ônibus. Por isso aquela infinidade de pedidos, cada qual com seu desgosto estampado numa frase exibida bem alto.

Não sei se o novo governo vai conseguir executar as reformas que necessitamos pois o desastre foi muito além das expectativas e dos números. Como numa casa em reforma, cada martelada mostra um problema de difícil solução. Difícil e demorada solução, mas não impossível solução onde a reforma não se daria mas sim, a demolição da casa e a construção de uma nova no lugar. Nação não é uma casa. Não pode e não deve ser demolida. Portanto precisamos de uma reforma. Precisamos de uma mudança no comportamento dos políticos e dos votantes. Isso implica que os votantes devem se instruir sobre os candidatos. Verificar se eles reúnem as condições de cândidos, de capacidade, de honra para exercer o mandato de um cargo político qualquer que seja. Que cumpra seu dever de ser honesto, honrado sempre em qualquer situação.

A civilização já passou por muitas mudanças e continuou avançando. Chegou até aqui por mudanças levadas a efeito por muitos e muitos anos de aperfeiçoamento, de sofrimento, de heroísmo, e também houve mudanças que levaram o mundo ao choque, à tristeza, às guerras, à escravidão que ainda hoje estão impedindo homens , mulheres, jovens e crianças de usufruírem da liberdade que é o nosso bem mais precioso. Sem ela nem o trabalho é digno, tornando-se humilhante e degradante.

Precisamos ficar atentos, agora, para a reforma que se avizinha; Se será uma reforma no modo de gerir o bem público, se haverá uma reforma na quantidade de ministérios antes de proporem aumento nos impostos, visto que estes serão impossíveis de não ocorrem visto à escassez de recursos para todos os setores da sociedade. Continuemos com a luta por reforma. Reforma moral. Reforma individual principalmente, porque se cada qual mudar deu modo de perceber uma eleição certamente não haverá problemas desse tamanho e dessa natureza para ser enfrentado.



 
MVA
Enviado por MVA em 10/05/2016
Reeditado em 18/05/2016
Código do texto: T5630801
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