Nossa Verdade

Em meio a solidão os sentimentos são trancados, se preferir enjaulados, e por isso precisam se libertar. Sendo assim revelaram para sí, seus medos e pesadelos pessoais:

_ Eu me perco nos meus sonhos, porque minha realidade é um constante fracasso. Meus sonhos que não belos, mas nem tão tristes quanto a minha verdade.

_ Já eu me perco na verdade que eu não encontrei. Vivo por viver, como por comer, nada disso tem sentido e é absurdamente intrigante dizer que, eu sei que não vivo, eu apenas existo.

_ Eu sou a dor que eu sofri e muitas vezes, eu sou a dor que eu causei. Eu não sei pelo que viver, eu acredito que há um motivo pra estar aqui e mesmo que não haja, eu o farei.

_ Eu sou a solidão que aflora por vontade a fora, talvez compartilhe dessa dor, sofrida e causada, tendo uma razão ou não. Viver também continuo, pois o amanhã sempre desabrocha, e como o amanhã é sempre um segredo, também me certifico que logo após também o farei.

_ Eu sou aquela que não pensa para falar, não pensa para escrever, não pensa para dizer... todos falam você se expõe demais ou você fala a verdade demais. Sempre ouvi isso, sempre senti que isso era errado, mas porque esconder o que eu penso ou que eu sinto ou o que eu quero? errado não deveria ser quem se esconde? quem mente? quem manipula? Ai finalmente eu entendi, que eu não pensava para falar, mas pensavam para responder.

_ Verdades sejam ditas, mesmo que ei perfurar! Pois mesmo longe dos olhos, a verdade pode nos encontrar. Errada nunca esteve por assim pensar, pois a verdade é melhor mesmo na ferida, mesmo que tardia, mesmo que muito nos faça chorar, e entendo que eu sempre pensei, mas pouco respondi, talvez por medo, talvez por algo que eu ainda não descobri, mas como a verdade, após a mentira tudo muda, e quando pensar em mais um dia me calar, também haverá mudança em mim para responder.

_ Diga-me então, qual é a verdade agora?
_Corações livres! abertos! Ouço o seu assim como uma canção, como se lhe pegasse pelas mãos e o meu passado assim se esconderia. Como se a inocência em mim ainda viveria, como se o presente talvez não doeria. A verdade agora é que perdido estou, sem qualquer caminho em vista, mas também continuo lhe ouvindo e pelo menos assim, conseguirei em mim alguma calmaria. Há você uma verdade como a minha?


_ A verdade da verdade, da mais pura verdade verdadeira é que dia sim dia não eu me lembro do passado, mas ainda tenho medo do futuro incerto. Eu olho para as pessoas na rua tentando observar sem que elas percebam que eu estou ali, vejo crianças observando os pais, casais de mãos dadas um homem passa por mim com flores, um relâmpago passa em minha mente, mas eu não sei o que quer dizer. Dessa vez me sinto como você talvez perdida.

_ Perdidos estamos, mas nunca sozinhos, porque mesmo que as pessoas nos peçam para abandonar a nós mesmo, temos sempre a opção de outros caminhos e portas, perdidos ou sobre escoltas, mas o que realmente importa é a verdade, e uma vez dita, sempre nos permitirá fazer o que fazemos em meio as voltas... Dizer uma vez mais o que sentimos agora.
Fábio R Jorge e Daniele Germano
Enviado por Fábio R Jorge em 13/05/2016
Reeditado em 16/05/2016
Código do texto: T5634733
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