A gravidez do poeta

Como a mãe prestes a dar a luz,

O poeta tem as sensações do parto,

A ansiedade de ver o pedacinho de si,

Enquanto sangra entre as letras

E lá vai o poeta,

Pronto para entregar ao mundo o que esteve dentro dele

Causando-lhe dor, insonia e confusões de sentimentos

Pobre poeta, mesmo em silêncio ouço seu grito,

Cada frase um gemido

Chega o momento do nascimento

O poeta sente-se aliviado

Por um momento a dor cessa

E vem apenas a preocupação de que seu fruto seja amado por terceiros

E que não se corrompa em mãos erradas

Pobre poeta,

De tempos em tempos engravida,

Uns todos os dias, outros nos desamores

Mas no final a hora do parto chega,

E lá vai o poeta novamente,

Sangrando,

É hora de dar luz ao mundo

Matheus Berocal
Enviado por Matheus Berocal em 02/07/2016
Código do texto: T5684893
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