Castelo de cartas

Olho meu passado e vejo tudo o que construí. Sei que cometi e cometo muitos erros, mas houve e há alguns acertos.

Vejo a casa solitária e quieta. Coloco uma música para tocar para preencher os espaços vazios que, agora, habitam meu coração.

Vejo tudo o que se foi, sinto tudo o que se vai, antevejo o nada misturado com algo que não sei definir. As sensações são várias, mas posso dizer que não são felizes neste momento. A alma soluça enquanto a caneta fria rasteja no papel os sentimentos quentes que sinto. Talvez ainda esteja despreparada para a vida, talvez tenha ainda uma alma criança clamando pelas brincadeiras, pelas flores e borboletas da meninice. Talvez tenha colhido as flores e aprisionado as lagartas... Talvez não tenha construído nada. Talvez tudo seja apenas um castelo de cartas que o vento soprou...