Calmaria

Estava em um impasse daqueles, nem feliz, nem triste, apenas indiferente. Poucas vezes estive assim, com o barco acorrentado a essa calmaria, mas no fim o vento sempre soprava, onde estaria ele agora? Por Deus, já não me interessava por alguém de verdade há um bom tempo, precisava comprar um barco novo, sim, um novinho, daqueles com um motor bom e um casco bonito, iria lhe pôr um nome de mulher, um nome forte e furioso, desses que te atingem como um raio. Com sua fúria rasgaria esse oceano ao meio, iria ensinar aquele vento sacana uma lição de verdade, ah se iria.