Prisioneiros da Tecnologia

É tão bom, sentar-me em frente a este computador ou mesmo no celular, abrir uma página do word e deixar fluir meus pensamentos... Tudo tão prático, rápido e cômodo, que por alguns segundos, tem-se a impressão que não há a outra face da moeda, como todas as coisas da vida.

Meus dicionários impressos, de todos os tamanhos, que muito me foram úteis na formação básica, hoje estão esquecidos em alguma parte do velho armário, com suas folhas amareladas e talvez até roídas por esses bichinhos que curtem um papel solitário. Agora o dicionário online é mais prático e rápido.

Rapidez! Algo que desejamos a todo instante. Mas se as máquinas foram feitas para nos ajudar e reduzir nosso tempo de trabalho e afazeres, porque ainda nos falta tempo para coisas importantes da vida? Em nossa era, teríamos o tempo suficiente para momentos de paz e desconectados de todas essas informações que somos obrigados a ingerir, mesmo sem nosso consentimento. A não ser, claro, que decidirmos utilizar o controle no tal botão “power”. Mas a tentação é tão grande... Vem aquele pensamento: “ o que vou fazer agora”? Não tem nada legal e interessante. Eu preciso. Quero ver cores, pessoas felizes o tempo todo, ou tragédias após tragédias, como se o mundo só fosse feito disso. Nada é tão legal. Quem vai olhar a lua? As plantas em seus encantos multicores? As aves esbanjando paz e alegria? Isso parece coisa de outro mundo, ou de poetas desocupados...

Quero voltar à minha essência, onde habita meu paraíso perdido...