A vida é um sopro (DOMINGOS MONTAGNER)

Sempre gostei muito das músicas de Tim Maia mas uma em específico me incomodava bastante... na verdade um trecho:

“...e na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri.”

Eu me recusava (e me recuso) até hoje em entender isso. Por quê? Por que a vida não parece justa pra todos? Por que temos que nos conformar com nosso ‘destino’? será que existe destino??? E porque o pobre coitado que sofre parece não ter a chance de ser feliz? E por que ‘pobre coitado’ mesmo??????

Um amigo me disse: ‘... é assim que as coisas são e a letra é linda!’ ‘NÃO NÃO NÃO!!!’ gritava minha cabeça, não é justo! Todos merecem as mesmas chances ou pelo menos era pra ser assim. E porque não é assim?

Perguntas, perguntas e mais perguntas sem nenhuma resposta convincente “você não deve questionar isso ou aquilo” “você deve esperar em Deus” “você não devia se preocupar com isso”. Tá. OK. Beleza. E agora o que faremos? Ficaremos de braços cruzados esperando a atitude do outro (que muitas vezes não vem)? ou melhor... uma “intervenção divina’ ?! porque você sabe, milagres existem! Quer saber eles existem sim e estão em toda parte não duvido disso, mas Deus dá o pão a quem souber colher, e NÓS temos que fazer nossa parte, e repito somente NÓS faremos isso!

Argh detesto essas modinhas que dizem que você é isso ou aquilo. Tem que ser isso ou aquilo. Pior do ser limitado é se deixar limitar...

Mas aí chega a vida e só como ela sabe fazer dá reviravoltas, te surpreende (pra melhor ou pior) e você chega a não entender o sentido da morte, por exemplo. E muitas mais perguntas te surpreendem na velocidade que chegam e a frustação também sem as respostas. Mas porque tantas perguntas? E porque (ainda mais) tantas respostas? A vida não existe tanta complicação e questionamentos exagerados, ela só exige que você VIVA!

Afinal talvez seja mesmo como essa música “...quem sofre tem que procurar, pelo menos vir a achar razão para viver. Ver na vida algum motivo pra sonhar. Ter um sonho todo azul, azul da cor do mar ...”

Descanse em paz Domingos Montagner