Verbo fazer (ou, a teoria da dominação mundial)

Analisem só:

Preciso fazer, precisava fazer, precisarei fazer, farei, fiz, fez, vai fazer?

Preciso fazer isso agora. Mas antes preciso fazer outra coisa, e depois precisarei fazer aquela outra coisa lá, então farei esta, e depois farei ainda mais. Preciso fazer porque quero ter, oras, porque que preciso ter. Ter para fazer e fazer para ter.

–Faça mais, e terá muito mais! Ei, você! Você precisa fazer mais se quer ter mais, faça!

–Já fez isso? Você precisa fazer! Vai fazer não vai? Claro que vai, todos sempre vão.

–Por que não faz? Eu fiz, eles fizeram, fazer é bom. Faça! Afinal, para ter é preciso fazer. Para ser é preciso ter, e para ter é preciso fazer e para fazer é preciso ter.

–Você é? Então certamente fez! Não fez? Como pode dizer que é se não tem e não fez?

–Você tem? Você fez? Você é?

–Não...? Então não fez, não tem e não é. E nunca será!

–Faça (e tenha) ou inexista!

Tem algo errado, certo?