DNA

 







 
Mentira a gente inventa. Mentira demanda liberdade de criação. Mas a verdade, por impositiva, a gente só aceita e aguenta. Verdade é pura necessidade. Roupa velha que a gente compra e deve aceitá-la onde ela aperta. Verdade não tem futuro, só um passado obscuro e duro. Verdadeiro, mas de paternidade (ou maternidade) ignorada ou não reconhecida. Mentira é novidade que brota da língua, mas dizendo-se coisa velha. Mentira tem sempre um serelepe autor. O pai da criança que brinca irresponsável nos ouvidos alheios. Mas a mentira só pode trazer benefícios à mente que mente.