Exército de idiotas

As vezes me pego refletindo, sobre questões filosóficas e antropomórficas e me perco em pensamentos psicodélicos enquanto observo o cosmos, uma das perguntas que sempre me faço é ‘’Por que as pessoas não se importam ?, por que as pessoas são apenas pessoas ?’’.

Elas vivem em uma vidinha simples e repetitiva, na qual constitui estudo, trabalho, dormir, transar e rezar, e repetir. Como se fossem robôs programados a obedecer, uma rotina bizarra, as vezes quando ando na rua, tenho o costume de parar no meio da multidão, e observar, a experiência chega a ser bizarra. Um exército de idiotas !.

Pessoas iguais, vestindo roupas iguais, fazendo as mesmas coisas, e conversando sobre o mesmo assunto. Uma mesmice que me faz questionar, se realmente somos a espécie mais inteligente do planeta.

E essa mesmice é deveras prejudicial para nossa sociedade como um todo, afinal pessoas idiotas elegem pessoas idiotas, e a limitação intelectual da população, reflete diretamente em nossa economia e no meio social como um todo. Pois bem o que uma pessoa que trabalha, vai a igreja, assiste programas de tv aos domingos, e nunca lê um livro, pode oferecer para nossa sociedade intelectualmente falando ?. além de apenas mais um pião, em um jogo de xadrez bizarro.

Certa vez na época do colégio, eu e meu grêmio estudantil (da qual eu era presidente.) fizemos um experimento. Criamos dois personagens fictícios, um chamado ‘’Fiodor Friedrich Marx’’, e o outro ‘’Pastor cláudio’’. Cada personagem tinha uma ideologia, e uma visão de mundo completamente diferente.

‘’Fiodor’’ era um revolucionário nato, Humanista, Evolucionista/Darwinista, defensor dos direitos das minorias, como negros, e lgbt. Não era apegado a ideologias politicas como direita ou esquerda, e estava disposto a mudar a sociedade para melhor, seu maior projeto era aulas dedicadas ao talento de cada aluno. Por exemplo, se o aluno gostasse apenas de História, ele teria aulas apenas de história, aonde seria encaminhado em uma espécie de ‘’cursinho’’ no qual seria influenciado, e receberia todo o apoio de professores. Para se especializar profissionalmente na área da qual se interessa. Tal projeto, serviria para qualquer matéria, desde Filosofia e ciência, até educação física e matemática.

‘’Pastor Cláudio’’ era extremamente conservador, evangélico, e o único livro que leu na vida foi a bíblia. Seu maior projeto era implantar o evangelho nas escolas, e ‘’destruir a esquerda’’. Implantando assim um novo governo que seguiria totalmente os preceitos cristãos.

Depois que criamos os dois personagens, pegamos suas ‘’fichas’’, e apresentamos de sala em sala.

No final de cada apresentação, entregávamos alguns papeizinhos com os nomes de cada personagem, e no fim do dia, todos os papeis. Teriam que estar em um compartimento especial. E o personagem que ganhasse, iria ‘’representar’’ a escola. Mesmo que fiticiamente.

No final do dia, eu e meus colegas do grêmio fomos verificar qual personagem tinha vencido. E pasmem, o resultado não foi nada surpreendente, o Pastor evangélico e conservador ganhou disparado. Provando novamente que a maioria sempre esta errada.

Mas o experimento não parou por ai, no dia seguinte voltei com os meus colegas do grêmio, para questionar os alunos e perguntar por que votaram no pastor. E tivemos respostas como ‘’Fiodor só apoia viado ’’, ‘’pra que aula de ciência ? ciência só tem teoria, pelo menos o pastor iria apresentar fatos bíblicos’’, ‘’filosofia é chato’’. Essas respostas apenas mostraram, que apesar de jovens, todos pensavam exatamente como seus pais. E o conservadorismo reinava em suas pobre mentes.

Para melhorar a situação critica do nosso colégio, convidamos os alunos que votaram no Fiodor, cerca de 20 pessoas, se comparada com todos os alunos do ensino médio de uma escola. Éramos apenas uma minoria, mas são as minorias que mudam o mundo.

Juntos criamos outro projeto, do qual se chamava ‘’Filosofia em vida’’, tal projeto se aplicava em apresentar a filosofia, dentro de locais aonde normalmente, não se encontra esse tipo de coisa.

O projeto se iniciou da seguinte forma.

Todos nós (os 20) nos dividimos cada um portando fichas, com ‘’nome’’, e ‘’coisa predileta’’. Da qual seria entregue para todos os alunos da escola, que votaram no pastor.

No final do dia recebemos as fichas, e fomos ler/analisar qual era a ‘’coisa predileta’’ de cada um desses alunos. Cerca de 70% deles disse que era deus, o restante dos 30% colocou coisas como desenhos animados, filmes, seriados, musicas, algum familiar próximo etc.

Depois que analisamos cada ficha, fizemos o seguinte cada um dos 20, pegaria uma quantidade de fichas e levaria pra casa. E então criaríamos um texto FILOSÓFICO mostrando um lado da ‘’coisa x ou y’’, que o aluno que votou no pastor, ainda não conhecia.

Na semana seguinte, com os textos prontos voltamos nas salas de aula, e entregamos cada texto a seu respectivo aluno conforme a ficha. Com uma pequena mensagem no final de cada texto ‘’Se você se interessou pelo conteúdo, nos encontre na biblioteca’’.

No final do dia, já tínhamos + de 60 alunos na biblioteca, fazendo questões filosóficas, que antes nunca tinha passado por suas cabecinhas, alunos que eram religiosos, cheios de duvidas em suas mentes.

No final da semana já contávamos entre 100 alunos, aonde debatíamos em uma roda praticamente todos os dias, sobre questões filosóficas, e sobre a situação da escola em si. Claro.. ainda éramos minoria. Mas fazíamos a diferença

O ponto em que eu quero chegar nesse texto, é, que as pessoas não percebem a grandiosidade do cosmos, ou se questionam sobre a vida o universo e tudo mais. Simplesmente por que nunca tiveram a oportunidade. Elas são alienadas pela massa esmagadora dos ‘normais’, a famosa ‘’maioria’’.

Então depende de nós a minoria de primatas pensantes, levar o conhecimento. Para aqueles que acham normal a história da cobra falante.

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 31/10/2016
Código do texto: T5808735
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