O crítico (Um eu que não quer calar)
Quem bem vos fala é quem mais torto escreve sua própria história.
Erros no uso da língua, culta ou popular, podem ser perdoados, desde que em sua essência, carreguem uma mensagem verdadeira. Por outro lado, o que dizer de palavras belas, entretanto efêmeras e fugazes que dissolvem-se pois não são atestadas pelo exemplo?
O que hoje vem é saudade. Saudade da infância e, junto a ela, a esperança de dias melhores de um eu melhor que o tempo apagou.
Alguns sorrisos estão na distância. Uma alegria que a voz aproxima, mas não toca.
Quantas viagens já fiz, repousando o corpo e volitando o pensamento até encontrar, ainda que embaçados, o rosto de meus rebentos, alegrias eternas da vida que perdi.
Não desejo voltar atrás. Não posso, não quero. O que me permito é a colheita do que plantar daqui para frente, sabendo que os espinhos da minha semeadura anterior estarão presentes em minha história, avisos e bençãos, o que não deve mais voltar.