Tão humana e sendo estou tão sem expectativas
Não sei engolir as palavras. Quando quero falar, eu quero. Cada som, bem falado, bem sentido.
Também falo com os olhos. Mas não quero falar somente por estes. Mas sinto, em cada olhar que tenho tudo o que eu preciso mesmo sentir, como ser humano.
Se você me perguntar o que dói. Sei dizer. O egoísmo humano dói. Dói o que animais podem fazer se tornando humanos, dói saber que o conforto carrega o pior. E que satisfeitos e felizes nunca estaremos porque nunca estivemos. Nem sei se podemos.
Eu não sei mentir, eu sei rir, e rir demais.
O que me incomoda não são os hábitos, mas as injustiças. É achar o outro pequeno, é achar uma pessoa normal muito grande. Me incomoda as nossas megalomanias.
Não sou muito, eu sou. Não sou grande, eu apenas sou. Estou aqui. Por pouco, mas estou. Não definitivamente, mas eu estou.
Isso eu não preciso provar,
e também não preciso provar mais nada.
Às vezes tenho vontade de fugir do mundo.
Em outras, de curá-lo.
Matar ou sentir compaixão?
Eis dois lados, tão meus.
Tão humanos.