Ferir sem jamais pretender ferir: Há maior dor?




        Para mim não há: definitivamente, não. Será que terei que passar pela vida, aquém, além, algures, aqui, a pedir perdão por 'delitos' que não cometo nem jamais cometi?
        Ah, sentir em mim os espinhos da dor alheia! Que miséria, que miséria, Senhor Deus! E nunca poder dizer, às claras, os porquês de escritas como esta aqui presente. Meu Deus! Meu Deus!
        Minhas mãos se abrem e não sabem o que dizer nem a quem dizer. As minhas mãos 'quase' vazias de si. Ah, há nesse 'quase'  um universo de coisas a calar, coisas que eu calo, que calei sempre, que sempre haverei de calar, aqui, além, algures. Assim foi traçado sempre e continua a sê-lo, o destino que me coube e que me cabe viver.
       Boa noite, a todos e a cada um, amigos meus. Perdoem-me o enigmático da escrita sobre  a qual não vale a pena ninguém se deter. Bem... para nada, talvez, tenha eu tecido tal presente escrita.  Seja como for, o nada  me tem sido sempre, 'quase' todo o tempo, o percurso normal dos passos. 'Quase', e eis tudo. O nada, com breves hiatos, no decorrer da vida, de alguma plena respiração... de alguma plena respiração desta que vos fala, a mais comum e a mais banal das criaturas. Comum e banal criatura com estranho(s) destino(s) - permitam-me chamá-lo(s) assim... Permitam-me chamá-los assim... ao menos para os minutos de quem, eventualmente, venha a ler tal escrito.... este escrito que pouca ou quase nenhuma coisa palpável esteja a dizer.