Talvez
Talvez não consigamos nos separar por sermos partes de algo uno e maior, por ignorarmos tudo mais que ocorra ao nosso redor.
Talvez sejamos contíguos, anexos, nossos corpos se encaixem e se resolvam em pedaços côncavos e convexos.
Talvez não tenhamos mais fronteiras definidas ou elas já tenham sido derrubadas ou mesmo esquecidas e suas motivações até já estejam perdidas.
Talvez sejamos tão próximos como céu e mar, matizes de um mesmo azul, até confundidas, mas sem jamais realmente se encontrar.
Talvez oscilemos sempre entre o não e o sim, vagando sem nunca encontrarmos um fim de forma tão confusa e simples assim.
Talvez só estejamos dando voltas no mesmo lugar, um sem coragem de partir e o outro sem a convicção de ficar, incógnitas da complexa equação de Amar.
Talvez enquanto um queira o outro tenha medo, talvez haja dúvida entre a sinceridade total e o segredo, talvez já tenha passado da hora ou mesmo ainda seja cedo.
Talvez tudo esteja a um átimo de dar definitivamente certo ou errado, talvez até já tenha dado ou simplesmente eu esteja enganado e completamente errado vendo tudo por outro e desconhecido lado.