Cada amor é um... Cada vida é única... Não há receita pronta para o quê nem para quem quer que seja.Vive-se na base do ensaio e do erro... e de alguns acertos também, claro.
Se eu sei amar? Sei lá, eu tento... Em cada tempo da vida mudam os desafios...as perguntas...as respostas... assim como os vazios...
Quando amo, amo e não creio em metades de laranja que, juntando-se, façam uma laranja inteira. Recebo e aceito o que me é dado do jeito que me é dado, porque o outro é sempre o outro e nos ama ou não nos ama a seu modo, não ao nosso modo de amar. A vida são ajustes mais, ou menos fáceis.
Aprendi a ter cuidado com as paixões. As paixões, acima de tudo, satisfazem ao ego e  o ego não é todo o ser. 
Fui musa por anos e anos ... Sei muitíssimo bem os preços que se paga por isso.  Já idealizei o que  chamamos de amor demasiadamente para além dos limites do sensato, do viável, do possível. Nunca mais trocarei o real, seja lá qual ele seja, pela loucura a que se chega seguindo a trilha mais do que temerária das idealizações.
No mundo real, na vida real, toda certeza é precária, porque a vida é precária. Se há sentimentos que podem permanecer por décadas... mesmo por uma vida inteira... como a vida muda todo o tempo, os sentimentos também mudam... ainda que não morram... Muitas vezes eu queria compreender um pouco menos disso tudo. Bem que eu queria...
Quando amo, há muito sem idealizações, eu amo, muito e para sempre. Sem certezas de percursos, rumos, destinos, plenas concretizações. Quando amo, amo, simplesmente. Eis tudo. 
Eu disse de eternidade e cada eternidade é diversa com cada amor que se ama. Eu nunca terei a coragem de mentir afirmando que amei apenas uma vez. Também nunca precisei de certeza de reciprocidades para amar... para ousar amar... Para ousar, sim, que amar é, sempre, a maior de todas as ousadias...definitivamente, a maior de todas elas.