Muitos mais a menos

Um a menos. Dez, cem, mil a menos. É pouco. O mundo como está precisa de muitos mais a menos.

Você que odeia gente que odeia, talvez entenda. Ou talvez não. Dizem que se você mata um assassino, o número de assassinos no mundo permanece o mesmo. Mas... e se você matar vários?

Você aí, que se formou na escola do ódio, que não hesitaria em linchar, aos pontapés, um ladrão de galinhas. Que destila seu pensamento venenoso em vídeos, em textos, em memes imbecis. Você, que se considera humano. Os grandes assassinos da História ao menos possuíam alguma ideologia. Não mataram em vão, e suas vítimas adquiriram algum significado através de suas mortes.

Já você, você não tem nada, e não é capaz de dar qualquer significado às suas vítimas. Você é apenas um glóbulo vazio e seco que se espalha e que se une a outros da sua espécie, causando ódio, muito ódio em seu avanço. O que você lucra é a morte. Primeiramente, a dos outros. Por fim, a sua. Todas sem significado.

Você não perdeu a fé na humanidade, perdeu foi a fé em si mesmo. Isso se justifica. Se eu fosse você, já estaria morto. Não conviveria comigo mesmo sendo assim. Saltando do topo vertiginoso do ódio que me preenche, explodiria, feito um míssil asqueroso, no solo frágil da minha carne... só assim teria paz.