Holding back the years

Se escondendo atrás das cortinas de seda branca que oscilavam no vento, tremulando, lá estava a garotinha

a pequena criança sem nome, filha medrosa da solidão.

Seus dias eram conscientes por detrás das histórias infantis.

E ela sentia seus pés tocarem campos verdes,

mesmo sem sair do quarto.

A pequenina cresceu, tirando a cortina branca dos olhos aos poucos

e delicadamente com o vento.

Seu olhar protegido e brilhante ficou turvo

ao ver a floresta ficar cinza e as pessoas loucas, tentando se sobressair.

A garota então se relacionava e tentava ser tudo

mesmo não sabendo como era na verdade.

Ela provou dos poderes dos contos de fadas,

seus olhos voltaram a brilhar.

Se sentiu em outro mundo, voando,

e quando voltou tudo parecia ser lindo de mais.

Ela já não podia ficar intacta, sair limpa ou livre da situação.

Sua mente mudou, sua pele sentiu, sua alma voou.

As antigas pessoas acabaram de se tornarem chatas

e agora ela era a louca.

E sempre que podia ela vagava entre as ondas das músicas que ouvia

e as nunvens cinza que a rodeava.

Mas todos os demais poderes que acabara de descobrir desapareciam, ao acordar.

Ela caía no vazio, no silêncio, no esquecimento, e na agonia

de alguém que se sente com algo por fazer.

No conto de fadas da sua infância as coisas eram belas e simples sempre.

O brilho nos olhos era natural, e ela se lembrava de tudo.

Agora as coisas mudaram. Tudo ficou menor lá fora.

Ela passou a sentir o exterior,

acabou esquecendo de si mesma, e achou o mundo estranho e louco.

Então ela aprendeu a usar os remédios

tentava se curar da dormência contínua, voltava a sentir,

mas sem conseguir recordar depois.

A vida passara a ser algo de momento, algo presente.

Ela só lembrava que esteve lá uns minutos antes,

nos campos verdes, com brilho nos olhos,

e continuava sem sair do lugar.