ESCOLAS E PRESÍDIOS

Somos todos responsáveis.

“Se os governadores não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios.” (Darcy Ribeiro, 1982)

Não bastam escolas. São importantes, a base, espaço, convivência, socialização, sociabilidade.

Porém, é necessário investir na qualificação das relações humanas. São estas que orientam os comportamentos sociais que são responsáveis pelos sucessos e tragédias.

Para isto se precisa, entre muitas outras ações:

a) Formar/qualificar professores e formadores destes para as novas demandas culturais, sociais e relacionais;

b) Escolarizar (e educar) para valores e princípios que fundamentam as relações sociais como cidadania, hierarquia e responsabilidade social e ecológica;

c) Pensar e articular uma sociedade voltada para o bem coletivo, para o bem estar social por meio da educação escolar como princípio e valor maior de uma sociedade. Isso depende de políticas coerentes e de políticos engajados com a sociedade da informação e conhecimento. A informação, o conhecimento e a consciência em forma de comportamento (mediadores das relações sociais) devem e precisam ser orientados para que as atitudes (comportamentais) sejam adequadas. E quem pode fazer isso é a escola e a educação,

No Brasil a educação escolar e a segurança, situação prisional, dimensões pertinentes a este comentário não são contemplados pelos governos e políticas como deveriam, nem como poderiam. A precarização da escolarização brasileira relaciona-se com as últimas tragédias ocorridas em presídios brasileiros. Porém, uma escolarização ou a construção de escolas para todos não é solução de todos os males que nos afetam nos atuais dias. As soluções para os problemas têm relações e dimensões mais complexas. A escola e sua qualificação nas três dimensões apresentadas pode ser muito significativa e fundamentar transformações sociais. Porém, ela não pode ser a única responsabilizada como solução para situações e problemas complexos.