Águas demais rolaram...


 
        Não quero simplesmente voltar à vida como foi antigamente. Águas demais rolaram... Águas demais... demais... Quero trazer de volta, sim, a confiança e a alegria de antigos con-viveres, mas, levando em conta as alterações que enormíssimas, indeléveis mudanças nos tempos, condições, circunstâncias, enfim, no tudo que houve e que não houve trouxe à  minha vida, à vida dos seres mais íntimos, bem  como à de outros nem tão íntimos, também. E isso é um desafio e TANTO, certamente não apenas para mim. Se as pessoas todas me fossem menos importantes seria tudo bem mais fácil... Ah, seria mesmo... Por isso tudo preciso de reflexão e de silêncio. Por isso tudo preciso de certa reclusão - maior ainda do que aquela em que já vivo - incomensurável reclusão - há muitíssimo... Por isso tudo, preciso de algum tempo... Por isso tudo... Há quem me leia e saiba do que falo e a quem se dirige tal escrita. Aos demais peço desculpas pela fala evasiva, como sempre sem citar nomes nem  qualquer fato objetivo. Não posso escrever de outra forma; a vida, uma e outra pessoa  e o Deus o sabem. Apenas mais uma escrita catártica, como têm sido, há muitíssimo, quase tudo o que escrevo. Um dia, quem sabe, a práxis poética me volte. Oxalá ainda me volte. Quem sabe...


Irmãs na mesma alma: uma imagem simbólica.