Decisão: eis o primeiro passo...

O poético e o não poético se fundem e se confundem desde o nascer do sol até o seu crepúsculo. Gadamer nos ensina que todo o compreender já é interpretar, portanto, o dia ser poético ou não poético é fruto de um movimento introspectivo, uma ação interpretativa de cada um. O mesmo sol que ilumina a face das pessoas, pode ser interpretado como o brilho infinito e sublime, digno de êxtase, em uma efervescência impar que nasce no mais íntimo do coração, ou, ainda, ser como um brilho que nos cega e que deteriora nossas células com seus raios invisíveis e poderosos. Eis que tudo é totalmente poético, belo e alegre, e tudo é, ao mesmo tempo, não poético, putrefato e frustrante. O segredo está, mais uma vez, nos olhos do observador: a mudança para um dia belo e perfumado nasce, prima facie, de um coração belo e perfumado. É preciso direcionar nosso coração: ou para a beleza ou para a fealdade, pois se nossos olhos estiverem já com seus caminhos apontados para a felicidade, o brilho dela ofuscará a tristeza que deveras é remanescente (para o olhar “poético”, e assim como a escuridão, que é tomada pela luz, a tristeza não subsiste ao olhar poderoso daqueles que buscam a felicidade em tudo que vêem). Mais ainda, erram aqueles que dizem: “existem certas pessoas predestinadas à felicidade”, pois o que existe são pessoas que são predestinadas a olhar fixamente à felicidade, e buscá-la permanentemente, estes sim, os “buscadores” de felicidade, são contemplados com aquilo que perseguem constantemente. Por fim, mais uma vez, necessário se faz, primariamente, e antes de tudo, uma mudança interior, uma mudança no foco interior, antes de olhar as trevas, direcione os olhos para a luz, ela fará o resto...

Chesman Emerim
Enviado por Chesman Emerim em 01/08/2007
Reeditado em 29/08/2007
Código do texto: T588236