A casa

Uma porta. Uma mão. Com uma chave, a porta é aberta. Dentro, os espaços estão misturados entre as partes cheias e vazias; as cores fortes com as neutras e por fim as escuras. Arestas tortas, linhas imperfeitas. Diante do caos, a casa parece estar sempre bonita. É aconchegante sentir o aroma do cheiro do lar. No quintal, as flores e os frutos vivem em períodos. O espelho d'água reflete as boas e péssimas imagens. Um dia, elas estão mais vivas e brilhantes e outros, parecem vazios existenciais. As rachaduras das paredes são simples. Elas dão um toque a casa. Pela janela, o sol parece dar as boas-vindas e as chuvas, as lágrimas que limpam. O chão é a energia do corpo com o local. Hora quente, hora fria. Na cama, por mais que tenhas o ódio do teto branco, seco, sem vida...até isso podes amar. Querendo ou não, é o teu lar. O porto seguro dos segredos, dos corações e emoções. Podes fazer o que quiser. Revirar, recriar, remontar. Os móveis nunca serão os mesmos; nem as cores; nem os dias; nem os quadros que a janela produz. Tudo se renova para encontrar o melhor recanto e sentir a liberdade nos pés descalços. O pássaro canta na janela. Dá um alô. Vai voando pelos céus. Plim! Alguém chegou em casa. Vou atender. Só um instante...

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 04/02/2017
Código do texto: T5902815
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