As estradas

Te ver dói demais!

Ver que tudo que passamos se diluiu com a maldade do tempo.

Quando acabou, eu me pergunto,

Porque terminou, eu me interrogo.

Me faço tantas perguntas, não mais que julgamentos.

A culpa foi minha, foi nossa, não tivemos culpa?

Foi fraqueza, foi medo, foi desgaste, foi o tempo, foi destino?

Sei que sofro em te ver e ver que tudo o que vivemos não existe mais, exceto nas lembranças.

As lágrimas chegam sem pedir permissão, já se foi o tempo em que as controlei.

São lágrimas da culpa que carrego, sem ao menos saber do que.

Culpa de não ter controle sobre o destino e de não poder comandá-lo, quem sabe?

Há quem diga que escreve seu próprio caminho, mas isto não é verdade.

Não dominamos a estrada que a vida nos leva, ninguém domina!

Na estrada em que minha vida se perdeu, pergunto onde foi parar nós dois?

Nos perdemos um do outro e, provavelmente, não nos reencontremos.

Talvez, quem sabe, era para nos perdermos mesmo!

Talvez não nos perdemos, nos encontramos. Você a si mesmo, eu a mim mesma.

A vida é assim, dizem, feita de encontros e desencontros.

Nosso inusitado encontro se transformou em desencontro.

E agora cruzar o teu caminho é como desviar da estrada ou parar num acostamento.

A estrada que sigo sem você é tão sinuosa, tão nebulosa. Por vezes dá vontade de parar e não seguir mais em frente.

Mas sei que devo continuar seguindo se eu quiser ter a visão das montanhas e dos campos floridos.

Como é sua nova estrada? Se parece com a minha? Será que atravessaremos num mesmo cruzamento algum dia, e acenaremos como velhos conhecidos?

Sinto que os rumos são opostos agora, sinto que a distancia só aumentará.

Espero daqui pra frente seguir sem dor, sem medo, sem tristeza, remorso ou culpa.

Quero levar na bagagem só as belas paisagens, os cartões postais.

Enquanto isso vou apenas seguindo. Sigo em frente!

Chegar ao ponto final é preciso... Adeus!

Luna Canceriana
Enviado por Luna Canceriana em 05/02/2017
Código do texto: T5903207
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